Alemães
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alemães |
---|
Mozart · Goethe · Bismarck · Kepler |
População total |
~80 - 160 milhões |
Regiões com população significativa |
Línguas |
Alemão |
Religiões |
Igreja Luterana, Igreja Católica Romana, outras |
Grupos étnicos relacionados |
Outros germanos. |
Os alemães são um grupo étnico relativos à língua alemã e à cultura alemã. O conceito de quem é um alemão sofreu variações. Até o século XIX, eram considerados alemães todos os falantes dos dialetos alemães, ou seja, os habitantes da Alemanha, Áustria e Suíça. Todavia, com a Unificação Alemã em 1871, o conceito de ser alemão passou a ser reduzido para os habitantes do território do novo país ou àqueles que lá têm origens. Suíços e austríacos ainda podem ser classificados como alemães étnicos.
Índice |
Origem do termo "alemão"
Do baixo latim alamanus, com o mesmo significado, tomada do germânico allemannen, usado para referir-se a todos os homens. Chegou a nossa língua portuguesa a partir do francês allemand.[carece de fontes] Este gentílico é compartilhado com o espanhol alemán, porém cabe observar que difere do inglês German e do alemão Deutsch.
Quando ao gentílico 'germano', que também se aplica aos alemães, provém do latim Germanus, vocábulo com que se denominavam os povos bárbaros que habitavam a Europa Central, num território aproximadamente equivalente ao da atual Alemanha, chamado de Germania, termo que é atualmente utilizado pelo italiano e fonte do inglês Germany.
O termo 'teutônico', ou a forma 'teuto', com o plural gentílico 'teutões' provem do plural latino Teutoni, povo germânico da antiguidade que habitava a região da atual Alemanha. O vocábulo por sua vez é oriundo do indo-europeu teuta, mesma origem do termo com o qual os alemães se denominam, Deutsch e denominam sua terra, Deutschland, do termo em inglês para holandês, Dutch e do termo italiano para alemão tedesco. Com a mesma origem, o termo holandês para alemão e Alemanha é Duits e Duitsland; o gentílico em sueco é Tyska e Tysk tanto em norueguês quanto dinamarquês, enquanto as três línguas escandinavas germânicas usam Tyskland para o país.
Etnia alemã e nacionalidade alemã
São considerados etnicamente alemães aquelas pessoas que falam a língua alemã, seguem a cultura germânica e possuem origens no espaço germanófono (em alemão Sprachraum). Atualmente, a maioria dos alemães étnicos vivem no território Alemão. Até a década de 1920, a maior parte da população da Áustria se considerava etnicamente alemã, mas hoje em dia, após anos de independência, apenas entre 5-10% dos austríacos declararam-se como etnicamente alemães, apesar de todos estes serem alemães étnicos, porém não são de nacionalidade alemã , ou seja, não nasceram dentro do território da Alemanha, mas sim dentro do território germânico (germanófono). Expressivas populações etnicamente alemãs são encontradas em diversas partes do mundo.
Europa
Há pessoas etnicamente alemãs em outros países fora da Alemanha. Na Suíça, apesar de a maior parte da população ser falante do alemão, existe uma identidade nacional separada, o mesmo ocorre na Áustria, Luxemburgo e Liechtenstein. Na Itália existe uma população de 225 000 pessoas na região autônoma do Tirol Meridional que falam a língua alemã. Na região de Alsácia e Lorena, na França, o alemão era falado pela maior parte da população, porém, após a Guerra, o governo francês passou a atuar na assimilação dessas pessoas, embora os falantes de algum dialeto alemão sejam cerca de 1,5 milhão. Outras populações falantes do alemão podem ser encontradas nos Países Baixos (380 mil), Bélgica (71 mil) e Dinamarca (23 mil).
Nos países vizinhos da Alemanha, como Polônia, República Checa, Eslováquia, Hungria e Eslovênia a população etnicamente alemã sempre foi numerosa e significativa; porém, após a Segunda Guerra Mundial, a maioria dessas populações foram expulsas pelo governo desses países (com exceção da Hungria) e o restante que permaneceu aí, com exceções de populações isoladas, foi assimilado nas últimas décadas. Na Rússia, os alemães do Volga representam uma significativa população desde o século XVIII.
África e Oceania
Na África, a maior parte da população etnicamente alemã vive na Namíbia, onde formam 6% da população (150 mil).
A Austrália recebeu um grande número de imigrantes alemães e seus descendentes formam 4% da população (750 mil).
América do Norte
Fora da Alemanha, a maioria das pessoas etnicamente alemãs vivem na América do Norte, principalmente nos Estados Unidos. Isso se deve ao fato da grande imigração de alemães ocorrida nos séculos XIX e XX. No censo de 2000, 44 milhões de norte-americanos (15% da população) declararam ter ascendência alemã, porém, apenas 1,5 milhão são falantes da língua alemã. A etnia alemã é a mais numerosa nos Estados Unidos. No Canadá, 2,7 milhões de pessoas declararam ter ascendência alemã (9% da população).
América Latina
Depois da Alemanha e Estados Unidos, o Brasil possui a maior população etnicamente alemã. Baseado em estimativas, aproximadamente 5 milhões de brasileiros (3% da população) possuem ascendência alemã. Cerca de 600,000 de argentinos (2% da população) possuem ascendência alemã, no Chile 500,000 a 600,000 pessoas (4% da população) possuem ascendência alemã. Significativas populações podem ser encontradas no Paraguai e outros países latino-americanos.
Alemães no Brasil
Nos séculos XIX e XX, o Brasil recebeu um importante fluxo de imigrantes alemães. A imigração começou na primeira metade do século XIX, quando ainda não havia uma Alemanha formada, mas diversos reinos que formavam os Estados Alemães. O Sul do Brasil absorveu a maior parte desses imigrantes, que se dedicaram à agricultura familiar. Ainda hoje, nas regiões brasileiras em que imigraram, a influência alemã é visível.
Estima-se que haja 200 mil falantes de alemão no Brasil,[4] concentrados principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A imigração alemã para o Brasil meridional nos últimos 180 anos fez nascer um dialeto próprio, que tem sua raiz no dialeto Hunsrückisch, falado no sudoeste da Alemanha. O dialeto sofreu interferência da língua falada no Brasil, o português e de línguas de outras comunidades imigrantes que viviam no Sul do Brasil. Há outros dialetos alemães falados no Brasil, entre eles o pomerano, ou plattdüütsch, falado em municípios catarinenses como Pomerode e no interior do Espírito Santo.
O uso da língua alemã no Brasil entrou em declínio na década de 1930, quando foi proibida pelo ex-presidente Getúlio Vargas, durante a ditadura do Estado Novo. O Brasil havia declarado guerra à Alemanha e os imigrantes alemães não podiam mais falar seu idioma natal. Alguns continuaram falando seus dialetos em casa e em lugares privados, mas a maioria acabou por adotar definitivamente o português como língua.
Dos cinco milhões de brasileiros que possuem ascendentes alemães,[1] são poucos aqueles que ainda mantêm laços afetivos com a Alemanha. Todavia, há um significativo número de teuto-brasileiros que se consideram primariamente alemães, principalmente as gerações mais antigas em zonas rurais e isoladas do Sul do Brasil. Embora assimilada, é inegável a contribuição da cultura germânica à cultura do Brasil, como por exemplo o Oktoberfest realizado em cidades como Blumenau ou em diversas manifestações culturais que ocorrem sobretudo no sul do país.
Os alemães, atrás apenas dos italianos, são a principal etnia no Sul do Brasil.[5]
Imigração alemã para o Brasil (1824-1969) Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) | ||||||||
Período | Número de imigrantes | |||||||
1824-47 | 8.176 | |||||||
1848-72 | 19.553 | |||||||
1872-79 | 14.325 | |||||||
1880-89 | 18.901 | |||||||
1890-99 | 17.084 | |||||||
1900-09 | 13.848 | |||||||
1910-19 | 25.902 | |||||||
1920-29 | 75.801 | |||||||
1930-39 | 27.497 | |||||||
1940-49 | 6.807 | |||||||
1950-59 | 16.643 | |||||||
1960-69 | 5.659 |
Referências e notas
- ↑ a b A Imigração Alemã no Brasil.
- ↑ The Embassy claims there are 600,000 people of German descent and 50,000 German citizens..
- ↑ German Embassy in Chile..
- ↑ Projeto Pomerode Plurilíngüe. Página visitada em 19 de outubro de 2007.
- ↑ Etnias catarinenses. Página visitada em 19 de outubro de 2007.
Ver também